Está circulando na mídia um tipo de brincadeira arriscada chamada jogo da asfixia. Esse texto é um alerta para os pais sobre como lidar com os filhos acerca dessas e outras “modinhas” da internet.
Conhecida também como choking game ou jogo do estrangulamento, essa infeliz “brincadeira” é uma espécie de punição para quem perde outros jogos. Esta semana um garoto de 13 anos morreu, vítima dessa prática.
Ela é, por exemplo, uma dentre várias modas da internet que já surgiram, incluindo até automutilação, outro tipo de comportamento que vem chamando atenção de vários especialistas.
Por que é importante para o cristão falar sobre isso?
Primeiramente, porque vivemos nesse mundo e estamos sujeitos a tudo que existe nele, e é compreendendo o que acontece que podemos nos preparar corretamente.
Em segundo, porque Jesus disse em Mateus 5: 13 ao16 que somos o sal e a luz do mundo, devendo, por isso, resplandecer nele o testemunho cristão, como está escrito:
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. (Mateus 5:16)
Nós temos, portanto, o dever de testificar ao mundo nossa fé, sendo a educação dos filhos e a maneira como se encontra o ambiente familiar, uma das principais “boas obras” da vida cristã.
Assim como Deus primeiro nos orienta, apresentando seus mandamentos, capacitando e personificando seu modelo para os filhos através dos sacerdotes, profetas e por fim em Cristo como eterno e perfeito Sumo Sacerdote, nós também devemos ser sacerdotes dos nossos filhos, compreendendo o contexto no qual estão inseridos.
Esta é a maior lição da passagem “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Provérbios 22:6).
Brincadeiras de mau gosto podem afetar qualquer família!
Talvez você não tenha visto na sua casa, mas tenha certeza que muito próximo de você alguém está sofrendo com isso e talvez afete também seus filhos, pois basta apenas uma conexão com a internet para que tudo, de bom e ruim, fique ao seu alcance.
Isso, porque, também não depende apenas de você, mas da cultura da qual pertence. Criar um bloqueio 100% eficaz contra tudo de ruim é muito difícil. O melhor jeito está na educação.
Para que os pais evitem que seus filhos se envolvam com brincadeiras arriscadas na internet, três coisas são necessárias, e se bem construídas darão pleno suporte contra as modinhas bizarras, a exemplo da brincadeira de se enforcar.
Abaixo, listamos três fatores que podem ajudar os pais a não apenas compreender, como saber lidar um pouco melhor com os filhos nesse tipo de contexto, acompanhe:
01 – Ofereça sentido
Há uma perca de sentido generalizada nessa geração, onde a busca desesperada por significado tem feito com que muitos jovens tratem com desprezo a importância de suas vidas.
Isso tem relação com a identidade cultural, a qual, segundo o teórico social Stuart Hall, tem sido “deslocada”, provocando consequências também em nosso comportamento de forma destrutiva.
Algumas brincadeiras de risco equivalem à utilização de drogas. A sensação de “fuga”, “adormecimento” e “euforia”, substituem o sentimento de apatia provocado pela falta de sentido que muitos desses jovens possuem.
Não à toa, diversos desenhos, filmes e jogos “infantis” possuem uma temática violenta muito forte, onde o sofrimento, mortes, as desilusões amorosas, punições e conflitos familiares são enfatizados como estilo de vida e copiados pelos jovens.
O comportamento autodestrutivo pode ser visto como uma reação a perca ou mesmo falta de referências positivas, uma vez que das negativas a internet está repleta.
Daí a importância da família, especialmente dos pais, seus valores e a cultura, orientando os filhos para lidar com esse grande volume de modelos negativos que a todo instante aparece, principalmente, na internet!
02 – Sirva de modelo
Crianças e jovens precisam de modelos para se inspirar, sonhar e planejar ações.
A falta de modelos, também caracterizada pela grande quantidade de “falsos modelos” ou, “modelos oscilantes”, típicos do multiculturalismo, está criando uma geração imprecisa, sem identidade, oscilante conforme o fluxo atual e por isso constantemente ansiosa.
Devido à falta de modelos consistentes, duradouros, muitos jovens buscam formas de satisfazer a necessidade de referência com tudo o que parece “legal” e “aceito”, mesmo que na prática seja algo potencialmente destrutivo, a exemplo do jogo da asfixia.
Os pais são os filtros morais dos filhos. Sem eles como modelos, como os filhos vão poder discernir tudo o que veem e ouvem? E não há outra forma de ser modelo para os filhos, senão cumprindo o terceiro item:
03 – Se envolva
Uma das características da nossa geração é a impressão de “pouco tempo” para tudo, inclusive o relacionamento com os filhos, especialmente quando o fato de ficarmos conectados 24 horas nos dá a impressão de estar acompanhando tudo o que acontece com eles. Pura ilusão!
Acompanhar os filhos é bem mais do que a troca de informações, comandos de ordem ou oferta de benefícios materiais. Cumprir tarefas não é sinônimo de acolhimento afetivo, motivo pelo qual muitos jovens buscam essa “base emocional” fora de casa.
Se envolver é criar uma relação de confiança com seus filhos, sendo a pessoa que eles podem contar em qualquer circunstância. Quando isso existe, você é a referência de valor que eles possuem. O modelo pelo qual, antes de tudo, vão lembrar se aprovariam ou não certas atitudes.
Não existe receita pronta para isso, mas sabemos que é se interessando pelo dia-a-dia, atividades, sonhos e sentimentos. Conversando, ouvindo, compreendendo, ensinando, exemplificando e compartilhando momentos dedicados para eles, os filhos, que ficamos mais envolvidos, gerando confiança e exemplo a ser copiado.
Por fim, nada disso pode garantir 100% de certeza sobre como nossos filhos vão reagir às ofertas ruins desse mundo, como as modas da internet. Todos os pais e famílias estão sujeitos a dificuldades. Mas é fazendo nossa parte que ensinamos o caminho certo, do qual esperamos que nunca se desviem, como afirma Provérbio 22:6.
Abraço e até a próxima!